Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves

UEE para Apoio a Alunos com Perturbação do Espetro do Autismo

Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves
Avenida João Paulo II
2720-001 Águas Livres - Amadora

*UEE - EB1-JI José Ruy
*UEE - EB1-JI Condes da Lousã
*UEE - EB2,3 c/ Sec. Dr. Azevedo Neves
www.azevedoneves.pt

Dançaterapia e Musicoterapia

Projeto desenvolvido pelo Técnico de Psicomotricidade

A dançaterapia e musicoterapia são técnicas, que estão incluídas nas terapias expressivas. Estas, segundo diversos autores, apresentam um grande potencial reabilitativo, cujo sucesso se deve à sua componente lúdico.

Segundo a American Dance Therapy Association (2003), a dançaterapia é um método psicoterapêutico que usa o movimento como um processo de integração do componente emocional, cognitivo, social e físico (American Dance Therapy Association, 2003, cit. in Pratt, 2004).

A dançaterapia permite que os alunos experienciem novos movimentos, novas capacidades e descubram um novo mundo de expressões e sentimentos. Através da dança, não só se exploram as áreas fracas, como também se descobrem e potenciam as áreas fortes, permitindo, assim, que o aluno não seja percecionado somente através das suas limitações. Através da dança, o aluno conhece melhor o seu corpo, (re)descobrindo-o; enriquece o mesmo e compreende e respeita os seus ritmos (respiratório e cardíaco) (Borges, & Cardoso, 2011).

No que respeita à musicoterapia, Ruud (1990) define esta como um tratamento em que o terapeuta utiliza a música como instrumento ou meio de expressão, para iniciar uma mudança ou processo de crescimento direcionados ao bem-estar pessoal e à adaptação social, entre outros.

A musicoterapia é uma técnica que envolve ação, relação e comunicação, estando estas interligadas e podendo o ênfase recair num desses aspetos, consoante os alunos, ou o momento do tratamento. Assim sendo, a ação de tocar um instrumento, cantar ou mover-se ao som da música permite desenvolver capacidades motoras e noções de tempo e de espaço. O facto de a música despertar no ser humano emoções, reações, formas de sentir, de inteligência sensível e especulativa, permite que se crie um elo forte entre o aluno e o terapeuta, que vai além da palavra, estabelecendo-se, assim, a interação e o contacto pessoal (Costa, 1995).

Face ao exposto, as atividades musicais favorecem a inclusão e, devido ao seu carácter lúdico e de livre expressão, não apresentam pressões, sendo uma forma de aliviar e relaxar, auxiliando na desinibição, contribuindo para o envolvimento social, despertando noções de respeito e consideração pelo outro e abrindo espaço para outras aprendizagens (Padilha, 2008).

Para adequar melhor a intervenção às necessidades dos alunos, desenvolveu-se uma avaliação inicial, onde se usou o instrumento Lofopt (Lovain observation scales for objectives in psychomotor therapy), de Coppenolle, Simons, Pierloot, Probst e Knapen (1989). Através desta avaliação delinearam-se os objetivos a desenvolver durante as sessões de dançaterapia/musicoterapia, de entre os quais se destacam: Promover: as relações emocionais, a autoconfiança e a atitude na sessão; melhorar: a capacidade de descontração muscular, o controlo de movimento, a capacidade de atenção, a expressão corporal, a comunicação verbal, as regras sociais e, primordialmente, o bem-estar dos alunos.

Por fim, gostaríamos de referir que, apesar de aos olhos de muitos indivíduos da sociedade ser frequente sobressaírem as limitações destes alunos, descorando, muitas vezes, as suas competências, nas sessões, a dança emerge de uma forma encantadora e impressionante. :)

Referências bibliográficas:

  • Borges, F. & Cardoso, L. (2011). INCLUIR POR MEIO DA DANÇA: uma experiência através do Projeto Dança sem barreiras. In Revista Lentes Pedagógicas. Vol. 1, nº2.
  • Costa, C. (1995). Musicoterapia na Reabilitação de Pessoas com Deficiências Mentais. In Integrar, nº 6, pp. 41-45.
  • Padilha, M. (2008). A Musicoterapia no Tratamento de Crianças com Perturbações do Espectro do Autismo. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Medicina, pela Universidade da Beira Interior – Faculdade de Ciências da Saúde. Disponível em https://www.fcsaude.ubi.pt/thesis/upload/118/763/marisapadilhadissert.pdf 
  • Pratt, R. (2004). Art, dance, and music therapy. In Physical Medicine and Rehabilitation Clinics of North America. Nº 15.
  • Ruud, E. (1990). Caminhos da Musicoterapia. São Paulo: Summus Editorial. Disponível em https://books.google.com/books?id=Gxgrv_A5h5QC&printsec=frontcover&dq=Caminhos+da+Musicoterapia.&lr=&ei=6WihSardG6SayAT6iaSMAg&hl=pt-PT
  • Van Coppenholle, H., Simons, J., Pierloot, R., Probst,M., Knapen, J. (1989). The Louvain observation scales for objectives in psychomotor therapy. Adapted Physical Quarterly 6 (2): 145-153.

2016/2017

 

2015/2016