Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves

UEE para Apoio a Alunos com Perturbação do Espetro do Autismo

Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves
Avenida João Paulo II
2720-001 Águas Livres - Amadora

*UEE - EB1-JI José Ruy
*UEE - EB1-JI Condes da Lousã
*UEE - EB2,3 c/ Sec. Dr. Azevedo Neves
www.azevedoneves.pt

Terapia Psicomotora em Meio Aquático

Terapia Psicomotora em Meio Aquático

Projeto desenvolvido pelo Técnico de Psicomotricidade

O meio aquático é um contexto cheio de potencialidades, quer ao nível desportivo, quer terapêutico. A intervenção neste meio promove o contacto corporal e a comunicação com outros indivíduos, bem como a participação em novas situações de aprendizagem (Varela et al., 2000). Faria (1984, cit in Varela et al., 2000) salienta os benefícios do meio aquático, no desenvolvimento psicomotor, percetivo-motor, afetivo e social.

Dangu (2009), refere que as propriedades da água, como: a turbulência, viscosidade, temperatura e pressão hidrostática são essenciais para o caráter terapêutico, das terapias neste meio. O autor refere que a viscosidade pode ajudar os alunos com insegurança gravitacional a terem uma melhor sensação de segurança (e.g. a sensação de cair é diferente), a pressão exercida sobre o corpo pode proporcionar uma estimulação tátil mais leve para os alunos com hipersensibilidade ao toque e, a resistência contribui para o desenvolvimento da proprioceção. O autor supramencionado salienta, também, que, as atividades desenvolvidas na água permitem ao aluno tornar-se consciente das fronteiras do seu próprio corpo, melhoram a postura e a coordenação, para além da energia despendida pelo aluno que possibilita melhorar os padrões de sono e os hábitos alimentares.

Numa primeira fase da terapia psicomotora em meio aquático, salienta-se a questão da segurança e da adaptação a um novo meio, reforçando o papel crucial de mediatização nas primeiras experiências da aprendizagem na água.

Não chega que os alunos estejam em segurança, é necessário que se sintam seguros, e este pressuposto de estabilidade emocional é indispensável a uma autonomia afetiva antecipadora da autonomia motora, que deve caracterizar os primeiros passos da aprendizagem num meio “estranho”, como é o aquático. Esta integração, só poderá ser alcançada numa dependência mediatizadora, ou seja, numa interação social intencional, securizante, lúdica e confortante.

Numa segunda fase da terapia, procura-se potenciar a autonomia do aluno neste meio. Desta forma, serão ensinadas, ao aluno, as diversas técnicas de natação (começando pela técnica de crawl e costas).

Na terapia psicomotora em meio aquático destacam-se dois tipos diferentes, de objetivos: os que estão relacionados com a adaptação e autonomia ao meio aquático, e os objetivos psicomotores.

Os objetivos associados, à adaptação e autonomia no meio aquático, são: entrar e sair da água; contactar com a mesma; reagir ao contacto da água na cara; flutuar; adequar a função respiratória, a propulsão, os deslocamentos na água e imersão. Os objetivos psicomotores centram-se sobre seis dos fatores psicomotores, sendo estes, a tonicidade, lateralidade, equilibração, noção do corpo, estruturação espácio temporal e motricidade global. Estes últimos, são adaptados ao contexto da intervenção, já que, por exemplo, no fator psicomotor estruturação espacial, pretende-se que o aluno seja capaz de se deslocar na piscina segundo a direção pretendida (vai para a borda da piscina, para as escadas, entre outros) e também no fator psicomotor praxia global, pretende-se que o aluno desenvolva os batimentos dos membros inferiores e superiores, o mais coordenadamente possível. 

 

2016-2017

 

2015-2016

Referências bibliográficas:

VARELA, A. (1986). Uma metodologia do ensino da natação para as pessoas portadoras de deficiência. Ludens, 11, outubro-dezembro, 49-58. Lisboa.